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segunda-feira, 6 de abril de 2009

GRANJA MAROIM

Granja Maroim.

Esta é uma extensão da história da velha casa hoje abandonada e em ruínas na famosa Chácara das Rosas. E, talvez o grande motivo da sua existência e causa do destino que se deu ao lugar e o município, além do estado em que hoje se encontra uma cidade que antes foi próspero.


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O fim do complexo Granja Maroim e a indústria de embutidos de Rodolpho Lahmeyer,inaugurado em junho de 1923, como já disse, podem ter determinado o futuro de nossa cidade, mas que na comodidade de ter se tornado por vários anos uma estância turística de sucesso, restringiu-se às atividades do termalismo sem criar outras alternativas econômicas. Fato esse, que noutros lugares não aconteceu, já que “veraneio”, como diz a própria palavra, restringe-se aos Verões. E, como ficaria a cidade no inverno que chegava e por aqui parece não ter saído mais?

Analisando por esse lado, também podemos concluir o óbvio: “hoteleiros e fazendeiros” não queriam competidores que tirassem seus “funcionários” com promessa de emprego fixo e melhores salários.
E, Lahmeyer implantava algo bom para cidade, mas na contramão dos interesses daqueles empresários e talvez de alguns políticos, que veem no sucesso dos outros uma ameaça aos seus próprios interesses. Assim, começou o processo de estagnação cujo incremento maior aconteceu mais tarde com o fechamento dos casinos, mina de ouro dos citados donos de hotéis, proibidos na década de 40, o que paulatinamente levou a cidade ao atual estágio de marasmo e decadência de hoje.

Como diz Manoel Brandão:


“completava a Vila das Rosas o conjunto da Granja Maroim, propriedade na qual empregava o Dr. Rodolpho Lahmeyer elevada soma de energias e capitais, onde possuía um posto de criação de gado da raça Jersey, que destinava ao suprimento da 'leitaria' que pretendia estabelecer para exploração completa do leite e seus derivados.”


E, acrescenta:


“Nas pocilgas de criação, estabelecidas na zona do Marimbeiro, onde se estendiam em longos corpos de edifícios, de uma extensão de 200 metros, possuía o Dr. Lahmeyer porcos da raça Duroc-Jersey(foto), cujo número de exemplares puro sangue, em pouco tempo, se elevava a mais de um milheiro.”


Segue a narração do autor(foto):



“ Contígua ao estábulo, a fábrica de banha e subprodutos do porco, com as instalações necessárias a tal indústria, entre a quais frigoríficos, câmara de defumação para ‘bacons’, presuntos, salsichas, etc. e a fábrica de latas para acondicionamento dos produtos.


Pois bem:__O Governo do Estado de então não soube concorrer, em mínima parcela, a estimular o esforço desse homem, que, se bem que trabalhando em uma indústria da qual visava os naturais interesses, contribuía para o incremento de uma das forças econômicas do Estado.”

Manoel Brandão não deixa escapar a sua tristeza com o fim daquilo que ele também julgou ter sido uma grande perda para nossa cidade, narrando com os mesmos detalhes, final trágico do que poderia ter sido um empreendimento de sucesso que com certeza a diferenciaria, para melhor, nossa cidade das demais vizinhas:


“...em um dos momentos difíceis que atravessava o país, à míngua de alimentação para fornecer aos animais que com rara tenacidade conseguira elevar a algarismos acima de um milheiro, recorreu o Dr. Lahmeyer à importação de milho do Rio da Prata. O navio que o transportava foi requisitado nas águas da Guanabara pela Comissão de abastecimento do Rio de Janeiro, e o Governo do Estado, em conjunção com o da República, então dirigida por um mineiro, abandonou o industrial à sua própria sorte , nenhuma providência havendo sido tomada em defesa de uma riqueza que já se não podia apontar com particular.”

E a triste história tem o seu final trágico!

“E esse milheiro de reprodutores, de puro sangue, fruto de longos anos de esforços e trabalho, teve de ser dispersado para fornecimento a açougues ao invés de servir à reprodução, que constituía o seu objetivo.
... a Granja Maroim entrou a deperecer, pelo desânimo e desilusão de seu proprietário, até ser adquirida, por preço irrisório pelo próprio Governo do Estado, para nela estabelecer um posto de monta, que resultou, ......em expoente negativo.”
Textos(em verde) copiados do livro Cambuquira Estância Hidromineral e Climatica de Manoel Brandão.Ed. pelo IBGE em 1958
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Comentários:
O resto já foi contado em texto anterior quando falamos do Jardim do Éden que foi a Chácara das Rosas.
Assim termina uma história que provoca lágrimas naqueles que realmente sempre almejaram dias melhores para uma cidade criada para ter um destino diferente do que este que lhe deram nos últimos tempos.
A União e o Estado de Minas Gerais, representados pelos políticos da época, tiveram papel drástico (não encontro outro adjetivo) no destino desta cidade.
Rodolpho Lahmeyer, um vulto perdido na história, ficou para nós como aquele que ousou sonhar uma Cambuquira próspera e dinâmica como as cidades dos seus antepassados alemães. No entanto, não contava que aqueles que não apoiando coisa nenhuma viessem agir contra um projeto tão bom não só para uma cidade, mas para um Estado que nem imaginava se tornar um polo industrial que é hoje, como também para um governo central avarento e tributarista que desde aqueles tempos remotos já mostrava as "garras do seu leão faminto".

Para os políticos locais,mesmo os recentes, esse homem parece não ter existido. E, só a pequena "alameda" do que resta da estradinha que ligava aquele seu paraíso à realidade da velha Estância, recebeu o seu sobrenome que infelizmente os alunos da escola próxima talvez nem sabem quem foi esse tal Lahmeyer, antigo proprietário de tudo aquilo.
Observações:
Para finalizar, nenhuma foto de homem ou de sua família consegui encontrar para postar neste texto. (do Adm. do Blog).
Será que alguém tem uma foto dele?
A primeira foto acima, da Fazenda da Epamig, último quinhão do complexo agro-industrial de Lahmeyer, foi alienado pelo então Governador Newton Cardoso, contra a vontade do povo e do pedido de alguns políticos que ele instalasse no local uma Escola Agrícola, que além de aproveitar o local bem apropriado para isso, daria sangue novo à Estância Hidromineral que já apresentava sinais de estagnação. O gado de raça PO/PC foi leiloado, embarcado para fazenda de alguns homens privilegiados da época. A propriedade foi adquirida por empresários da construção civil de Brasília que ao mesmo tempo também ficou com o Hotel Elite, sem mover um único tijolo ou palha no palheiro. Hoje, parece que a fazenda pertence a outra pessoa que também não investiu em nada. Assim ali nada se produz e com nada contribui para ajudar na economia e na receita de uma cidade hoje carente de recursos.
FIM



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