Caro amigo Gilberto,
Abraços!
Como eu previ, a presença do Pe. Benedito Calazans Vilela só a tenho no livro dos Drs. Thomé e Manoel Brandão, edição de 1958 (e não outra data que possa ter te passado). O livro é "Cambuquira - Estância Hidro-mineral e Climática" [Serviço Gráfico do I.B.G.E., Rio]. Ali consta que o Pe. Alberto Lopes de Andrade (meu padrinho; dele herdei o prenome Alberto) permaneceu como vigário de Cambuquira até 1948, sendo sucedido pelo Pe. Benedito Calazans Vilela. O ano o livro não diz, mas deve ser no mesmo 1948 ou pouco depois. Padre Vilela ali permaneceu como vigário até 1953 (ano em que eu fui estudar no Ginásio Diocesano São João, na Campanha), sendo naquele ano sucedido pelo Pe. Helvio Martuscello, com o qual não convivi, porque de Campanha já vim para Curitiba. Diz o livro que na gestão do Pe. Vilela "...verificou-se a ampliação e reforma geral da Igreja Matriz e início da construção do Salão Paroquial, que ainda não havia sido concluído". Do Pe. Vilela me lembro como pessoa alegre, simpática, comunicativa, apreciando mesmo uns minutos de futebolzinho só para agradar a gurizada. Arregaçava a batina e lá se ia, chutando a bola. Ficou conhecido por se enturmar com a juventude e mesmo uma ou outra voz se ergueu contra isso, na surdina, como sempre acontece. Ele me lembra um tipo alto, quarentão, algo atlético, parecendo magro e meio calvo. Só mesmo vendo uma foto dele para me reavivar as lembranças. Você, todavia, pode escrever à Paróquia de São Sebastião e pedir dados do livro Tombo a respeito dele. Ou no Bispado da Campanha.
Que livros tens da História de Cambuquira?
Aceita um abraço do primo e amigo
José Alberto Barbosa
* José Alberto Barbosa, cambuquirense, promotor público aposentado, residente no Sul do País.
NOTA: Quem tiver dados e ou fotos desse personagem histórico de nossa cidade e que queira contribuir com o blog, entre em contato pelo contato desta página ou via comentários abaixo.
Comentários:
Como pude apurar com "pessoas mais experientes" daqueles tempos, Padre Vilella era considerado por alguns como um homem além do seu tempo, para outros um tanto avançado demais para os seus tempos de sacerdócio, função da qual ele se desligava depois do púlpito tornando-se, depois do pastor, um ser do povo, sujeito às vontades e as fraquezas do homem comum. E, por causa desse seu comportamento ainda hoje ele é criticado por sua postura liberal. As histórias contadas pelo povo citam que algumas donzelas da cidade por ele "se apaixonaram."
Apesar das críticas duras de alguns, outros o citam como o padre amigo, principalmente dos jovens que por ele procuravam a Igreja hoje um tanto vazia da juventude dos moradores da cidade.