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quarta-feira, 8 de abril de 2009

A História da Chácara das Rosas e Casa de Lahmeyer.

A velha casa abandonada da Chácara das Rosas, cujo telhado foi tirado em 2002 pelo então prefeito Rubens Barros Santos (Pudim) para uma possível reforma que não se efetivou e que os sucessores também nada fizeram, é o um dos últimos patrimônios representantes de nossa história. E, que parece estar condenada como foi o sobrado de Charles Berthaud a ser"literalmente tombado " (no sentido nato da palavra) pela ação ou omissão dos homens que deveriam salvá-lo. A Foto: Chácara c/a casa velha no recorte tirado da foto de Cambuquira em 1899

A propriedade, como conta Manoel Brandão no seu livro Cambuquira Estância Hidromineral e Climática, pertenceu primeiramente à Manoel Martins Ribeiro* que por herança passou a propriedade ao seu filho João Martins Ribeiro, parentes dos herdeiros da Fazenda Boa Vista (sede onde hoje é o Hotel S.Francisco). Mais tarde João Martins Ribeiro acabou por vender a propriedade a Américo Werneck, (foto ao lado)estudioso das propriedades medicinais das águas de Cambuquira e Lambari, onde residiu por algum tempo, antes de se mudar para Lambari, onde se tornou o seu primeiro prefeito, naquela época nomeado como foi o caso de Raul Sá em Cambuquira.

Foto da Mata do Parque (abaixo)

A propriedade, além da área que compunha a chácara propriamente dita, atingia toda área onde hoje se localiza rodoviária e a avenida, indo até às divisas do Parque das Águas, além de toda vegetação formada pela Mata da Empresa. Essa mata foi vendida ao Estado de Minas Gerais que criou já naquele tempo uma grande reserva florestal que teria como objetivo proteger os mananciais das águas minerais que nascem em parte do subsolo dessa área.

Mais tarde Dr. Américo Werneck permutou a sua propriedade por outra em Lambari (Nova Baden) com o Dr. Ferreira Neto. Ferreira Neto que residiu no local por algum tempo e na cidade exercia a sua profissão de médico dedicado a cura pelas águas aliada aos medicamentos existentes na época. Mal.Floriano.
Mais tarde a casa foi cedida ao Marechal Floriano Peixoto, na época conhecido como Marechal de Ferro, que veio para Cambuquira para se tratar com nossas águas minerais.

A história não conta, mas provavelmente no local ainda esteve Marechal Deodoro da Fonseca, que inclusive faleceu em Cambuquira como conta José Sarney em seu livro sobre os Presidentes do Brasil. Mal. Deodoro


Com a morte de Ferreira Neto na Europa, a gleba foi vendida por D.Prudenciana, viúva deste antigo médico, ao Sr. Rodolpho Lahmeyer. Outra hipótese é que a esposa de Lahmeyer tenha recebido a chácara por doação da madrinha Prudenciana também conhecida na cidade como Xajana.

Rodolpho Lahmeyer demoliu a velha casa existente no local e ali construiu um casarão de luxo com ladeado por jardins com mais de 180 espécies de rosas e hortências, além de montar no restante um grande pomar de frutas diversas estrangeiras e nativas como as jaboticabeiras e outras de origens diversas como castanhas portuguesas e mangueiras, além de peras que ainda existiam até a década de 80 quando foram cortadas a mando e algum prefeito. Enfim, aquilo parecia um Jardim do Eden, conhecido naqueles tempos como "Vila das Rosas". 40 e 50

Esse novo proprietário cedeu o vasto brejal existente entre a propriedade e a cidade, onde o segundo prefeito Thomé Brandão construiu a primeira rede de esgoto da cidade acabando com o despejo desordenado deste no córrego.


Com a falência do empreendimento de Rodolpho Lahmeyer, fato que pode ter definido a entrada ou não da cidade no rol dos municípios bem sucedidos, uma indústria de frios com granja própria, a propriedade fora adquirida pelo Estado de Minas Gerais por um valor bem inferior a sua avaliação, destinando-a como "Residência dos Prefeitos" nomeados naquela época.

Fachada em 2000, vitrais e luminária.


Na casa, mais tarde, serviu para outros objetivos transformando-se em departamento da prefeitura, biblioteca, junta de serviço militar e sede da prefeitura até a administração de Rubens Barros que transferiu o Paço Municipal para o antigo Hotel Globo, adquirido dos herdeiros de Antero Lopes Siqueira.

Depois disso, o patrimônio, que já apresentava alguns problemas no telhado e necessitava de uma reforma, ficou abandonado até ter o seu telhado retirado e assim ficou até os dias de hoje. E, como numa herança pré-histórica, ali brotaram e cresceram arbustos, onde eram salas, quartos, etc. Também, parece que foram perdidas as telhas coloniais importadas, os vitrais, venezianas e divisórias do jardim de inverno que ainda recuperáveis na época, conforme cita a lei de preservação de bens históricos.

Quem quiser saber mais que visite o local! Então verá como o patrimônio público e a nossa história tem sido tratados nos últimos anos...E, por esse ponto não cabe mais comentários!...Ou tem?

Obs.: *Irmão de Escolástica Joaquina do Monte Casino (ou da Ribeira), herdeiros de Tomé Martins Ribeiro e Maria Inácia de Jesus, sendo sua irmã a esposa de Vicente da Silva Leme, filho de José da Silva Leme e Rosa Maria Goulart, donos da Fazenda Boa Vista cuja sede ficava onde hoje é o Hotel S.Francisco.

Veja nota anterior sobre Rodolpho Lahmeyer e a Casa das Rosa, publicadas neste blog.(Clique no destaque!)

Foto de Werneck: http://br.geocities.com/lambarimg/viola/galeria.htm

Veja abaixo a triste história tirada do livro de Manoel Brandão.





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