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"Não se apaga a história. Muito menos os documentos históricos, que nada mais são do que os registros dos fatos que ocorreram no passado. Quer eles sejam agradáveis ou desagradáveis." juíza de Direito Hertha Helena Rollemberg Padilha

segunda-feira, 26 de maio de 2008

MEU AVÔ ESTÊVÃO, PERSONAGEM DA HISTÓRIA DE CAMBUQUIRA.

Este personagem histórica não consta em nenhum livro e nem é nome de nenhum logradouro público. Não que ele deixasse de fazer jus a uma homenagem dessa natureza, mas muito mais pelo fato de que num passado bem próximo ainda era incomum dar esse tipo de honraria a pessoas mais simples. Estevão Horácio do Prado, avô do administrador deste blog, foi o patriarca de uma parte da Família Prado em nossa cidade. Casado com Maria do Carmo Rezende do Prado, conhecida na comunidade como "Dona Mariynha", faleceu cedo deixando viúva e oito filhos, que foram criados graças ao empenho de seu filho mais velho, Sebastião Evangelista do Prado que se tornou responsável pela criação de seus sete irmãos: Estevão de Paula, Vicente Beltrão, Judith Henriques, João Benedito, Maria Madalena, Ana Gertrudes e Manoel Amâncio. Filho de família de abastado senhor da família Prado, fruto do amor de dois adolescentes, foi registrado pelo avô e não recebeu do pai nenhuma atenção e amor. Fato esse, que o fez mais tarde abrir mão da sua parte na herança do pai, uma fazenda com mais de 270 alqueires de terras. Quando procurado pelos seus meio-irmãos para se apresentar junto ao Juiz para que se cumprisse a partilha, ele simplesmente disse que não ia tomar nada daqueles que já exploravam a terra e estavam acostumados com aquela vida que ele nem conhecia. Fez isso, dizia o seu filho mais velho, por ser adepto da "Ordem Terceira de São Francisco", cujo princípio é o desprendimento de todos os bens materiais. A família, a não ser o seu primogênito, nunca concordou com isso, já que a sua morte deixou D.Mariynha em situação financeira muito ruim, e naquele tempo não existia aposentadoria ou pensão, direito esse que ela só conseguiu já idosa, com o atendimento a pedido da família junto à Prefeitura Municipal. Esse senhor, pelo seu espírito de liderança e inteligência, logo que chegou à Cambuquira se tornou um ponto de referência junto à comunidade mais pobre. Quando chegou a então vila de São Sebastião de Cambuquira, com dois dos seus filhos mais velhos, não encontrou moradia na cidade que começava a se formar. Existiam já alguns hotéis e pousadas. Mas, tudo aquilo era muito caro para alguém acostumado na "lida do campo" com se dizia antigamente. Assim, junto com Mariynha e filhos rumou para zona rural e, com a autorização de um proprietário de fazendas, foi morar provisoriamente numa gruta na beira do Rio Lambari, ali permanecendo até que pudesse construir uma casinha cuja propriedade ainda hoje pertence está com um membro da família, o seu filho mais novo. O "Seu Estevão" como ficou conhecido era um homem alto, acima da média dos homens daquele tempo, que estimo ser mais ou menos de quase 1,90 m. Talvez, o seu tamanho e a sua inteligência e o espírito de comando o tenha facilitado as coisas e logo estaria trabalhando nas obras da cidade. Trabalhou na captação e montagem do abastecimento de água de Cambuquira, na construção do Aeroporto, ruas e praças que se formavam entre outras. Foi numa dessas obras, quando colocava os canos para levar água ao centro da cidade e hotéis que quase morreu. Um barranco desmoronou sobre ele o soterrando vivo. Os colegas de serviço o socorreram a tempo, mas aquilo lhe deixaria seqüelas e ele nunca mais teve a mesma saúde. Talvez seja esse o motivo de sua morte prematura. Os que o conheceram diziam que ele é dotado de muito conhecimento em plantas medicinais e por isso era muito procurado pela população. Religioso, ao lado de sua esposa sempre realizava terços e festas religiosas como "montar o presépio durante todos os fins de ano e mantê-los até o dia de Reis, quando então guardava tudo para novamente no próximo ano repetir aquele ritual". Esse costume foi conservado pela esposa que pedia aos netos para ajudá-la na coleta de "avencas, bambuzinho e areia branca”. Montado o altar,todas as noites durante o mês de Dezembro até o dia 6 de janeiro na sala da casa eram realizados terços em louvor ao “Menino Jesus”. Um fato curioso contado pela esposa, D. Mariynha e confirmado pelos filhos, foi o caso de uma "luzinha misteriosa" que na época da construção da rede de água na Serra do Piripau os teria seguido nas madrugas quando caminhava rumo à represa recém construída naquele lugar. Contam que numa madrugada daquelas a luz apareceu no horizonte. Durante algum tempo flutuava sobre as árvores, sempre seguindo o grupo de trabalhadores. A certa altura do caminho, um dos membros do grupo começou a provocar aquilo com palavras, gestos, etc. De repente, um objeto luminoso se investiu contra a fila de operários e como se os atravessasse ia até o que estava na frente e voltava até o último, repetindo isso por diversas vezes até desaparecer no meio do mato. Apavorados, ninguém teve forças nem para correr e ficaram paralisados ali mesmo. Passado o susto, com dores por todo corpo e uma dor de barriga que atacou todo mundo, ninguém pode trabalhar naquele dia. Assim, só restou para o grupo voltar para cidade, e se preparar para nova caminhada no outro dia, que com certeza não aconteceu mais no mesmo. Estevão também era um bom violeiro e ao lado de seu companheiro e parente o Sr. Domingos Carvalho originário da mesma região do Cervo (zona rural pertencente ao município de Campanha à cidade de Campanha naquela época) animavam as festas com as modinhas caipiras daquele tempo, além do “cateretê” e “desafios”, dom esse herdado por alguns dos seus netos, entre eles Tarcísio da Viola e Vinicius (bisneto). Sebastião Evangelista do Prado, seu filho, servidor municipal durante muitos anos ao lado de Geraldo de Brito Pimenta, foi homenageado com uma rua com o seu nome no Bairro de Fátima. Entre os descendentes do Sr. Estevão temos ainda vivos: Manoel Amâncio, Maria Madalena e Ana Gertrudes, mãe do administrador deste blog além de inúmeros netos, bisnetos e tataranetos. Com espírito pesquisador, ainda não tive a oportunidade de confirmar a sua origem que dizem estar na Família Prado da cidade de Paraguaçu, Sul de Minas, onde provavelmente existem descendentes de seus meio-irmãos, já que naquela cidade, como os Lemes em Cambuquira, esse “sobrenome” é muito comum.



Na foto ao lado, vemos D. Maria do Carmo Rezende do Prado, tendo à esquerda o seu neto Gilberto Lemes, administrador deste blog com os seus 8 anos mais ou menos, à direita o filho Manoel Amâncio do Prado tendo à sua frente os netos: Francisco Cesar, Nelson Nicolau, Antônio Fernando e Luiz Eduardo que não se intimidou com a máquina fotográfica e no exato momento fazia "xixi" ali mesmo (para que segurar? n'é?)

Autor: Gilberto Lemes, Administrador do Blog.


A gruta:

Neste último domingo 17/12/06 soube que a velha Gruta do Coimbra, que abrigara a família do meu avô paterno, não existe mais. Vitima da ação predadora do homem que desmatou a área, ela desmoronou e só não matou um grupo de pescadores que lá pernoitavam por que antes de cair aconteceu um "estalo" que os fez sair com medo de que acontecesse o que aconteceu.Eu, que não conheci o lugar perdi essa oportunidade.
Na foto ao lado: Cícero, filho de Manoel Prado, José Queijinho, Professora Suely e Nenê Cassimiro, antigo proprietário das terras onde existia uma das grutas.


Cícero, Suely e Nenê Cassimiro dentro de uma das grutas históricas da cidade.


A professora Suely Lindalva Vilhena, historiadora, nessa época fazia pesquisas sobre Cambuquira, base para um livro que lançou mais tarde.
Este nosso blog tem a mesma direção nesse diário virtual onde tenta-se resgatar um pouco da nossa história, personagens, famílias e fatos ligados ao passado de nossa terra e de nossos antepassados..

Nota:

Cateretê:
É uma das danças mais genuinamente brasileira. É de origem indígena, tal qual o seu próprio nome, tirado da língua Tupi. É uma espécie de sapateado brasileiro executado com "bate-pé" ao som de palmas e violas. Tanto é exercitado somente por homens, como também por um conjunto de mulheres. O Cateretê é conhecido e praticado, largamente, no interior do Brasil, especialmente nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e, também, em menor escala, no Nordeste. Em Goiás é denominado "Catira". Nota: Se alguém tiver mais dados sobre essa história, personagens e fatos, correções ou acréscimos, que nos comunique, via “comentários”.


Nota: As fotos da Gruta nos foram enviadas via e-mail pela Professora Suely Lindalva F. de Vilhena.

3 comentários:

Unknown disse...

Gostei muito de ver velhas fotografias de acontecimentos em Cambuquira, pois recordar é viver!
Eu e minha irmã frequentamos Cambuquira com nossos pais de 1967 até 1971 (ano de seu falecimento),e ficávamos no hotel empresa.
Gostaria de saber: minha irmã fez amizadade com um grupo de pessoas (do Rio de Janeiro e aí de Cambuquira). Esse grupo estava sempre junto, e uma das moças tinha uma casa na Av. Rui Barbosa, quase em frente à igreja do padre Joel.
Essa moça estava sempre com uma prima e namorava um rapaz aí de Cambuquira.
Vc sabe de quem eu estou falando?
Qual o nome dos componentes do grupo? qual o paradeiro deles? eles se casaram? vc tem fotografias?
Estou aguardando, pois esse período foi o melhor para a minha querida irmã.
Abraços.
RC

silva lemes disse...

Oi Rubens!

Infelizmente, até o presente momento não tenho muitas informações sobre o referido grupo.

Poste novo contato, identificando-se, através do link em destaque na barra lateral (seu e-mail não será divulgado na página), para que possamos trocar informações.

Saudações,
Gilberto Lemes - Adm.Blog.

Resende Silva disse...

Fiquei feliz de ver a foto do seu avô e avó ,eu os conheci ainda criança e tomei muito café quando ia visita-lá com minha mãe.Pelo que sei sua avó era prima do meu avó.Também gostaria de saber histórias da familia do meu avó que era João Cândido Rezende.