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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

TESTEMUNHAS DE NOSSA HISTÓRIA - Walter Clementino Nunes



Walter, nos escreve diretamente de S.Paulo e indagou primeiro sobre nossa água Cambuquira. Depois tece alguns comentários sobre a sua relação com a nossa cidade... 

Veja abaixo.


Esqueci de te perguntar se a Água de Cambuquira será comercializada aqui prás bandas de S.Paulo.


Lembrei-me de alguns episódios do Hotel Globo como por exemplo, o Geraldão cozinheiro e que fritava uns contrafilés numa chama enorme que chegava a chamuscar o teto mas ficavam espetaculares. Também de um garçon de nome Dionísio que era muito prestativo e certa vez contratei uma menina que era filha dele para ajudar a tomar conta do meu filho, durante a nossa estadia no hotel.


Também me encontrei mais de uma vez com um médico do Rio de Janeiro que era cardiologista e se chamava Dr. Murilo. Me parece que ele e a esposa, se conheceram no hotel e começaram a namorar e deu no que deu. Eles eram muito queridos por lá e quando os proprietários e funcionários ficavam sabendo da vinda do casal, preparavam aquele pudim de claras com baba de moça que era feito lá no fundo do quintal num quartinho que possuía um fogão de lenha. Era uma sobremesa fantástica e preferida desses queridos cariocas.


Nós também gostávamosde visitar o observatório (abandonado na época) cujos moradores chamavam de "A casa da bola".Infelizmente a história de uma cidade não é feita somente de acontecimentos agradáveis e me vem na memória um episódio muito triste, do começo da década de 80 (seria 1982?), uma fatalidade com uma criança no pedalinho do Parque das Águas. Me parece que ela ficou presa debaixo da pá e não foi retirada a tempo. Foi muito triste pois tiveram que interditar o lago, cobrindo os brinquedos com lona preta.Outra pessoa que se hospedava nesse hotel era o ator João Sgnorelli. Por umas duas vezes encontramos com ele e a família por lá.
A última vez que fui a Cambuquira, o Hotel Globo já estava fechado (acho que foi em 1994) mas mesmo fora de atividade, consegui entrar pela porta frente e lá  estava um rapaz sentado ao piano tocando o Hino Nacional Brasileiro. Ainda estavam por alí as cadeiras de ferro vermelhas e amarelas, o cofre de aço, o relógio de parede, o prendedor de jornais, feito com madeira e tambem a máquina de cortar frios. Nessa última vez que fui (mas voltarei), fiquei hospedado no Grande Hotel Empresa.

Acrescenta depois em resposta ao meu pedido de permissão para postar o e-mail no blog:
Tudo o que te envio, pode e deve ser postado ao seu modo.


O Geraldão era o que denominamos hoje: um afro descendente e era tão alto quanto a chama do fogo ao fritar os deliciosos contra-filés, todavia não tão grande quanto a sua simpatia.
Tenho muitas fotos em papel e tambem os famosos slides.
Como era bom jogar tenis de mesa naquele subsolo do Hotel. Sem contar das garrafas de água que eram deixadas ao pé das portas dos quartos. Havia tambem mangueiras e no tempo desses frutos, gostávamos de dar as mangas aos bezerrinhos que por alí nasciam.
Logo pela manhã, o Arnaldo chegava com a sua picape Ford, trazendo leite, frangos, carne e outras coisas da sua fazenda e que eram consumidas no Hotel. O Arnaldo era muito amigo do Moupyr Monteiro (já falei dele no episódio do cão invadindo o quarto) mas, por ser uma figura impar, merece mais detalhes. Ele era jornalista aposentado e por não se entender direito com a família, residia no Hotel e o seu quarto era forrado com manchetes de jornais com reportagens dele. Foi correspondente de guerra, era alto magro e falava muito bem e sempre conseguia atenção a sua prosa. Uma vez cheguei dar carona para ele até São Paulo e depois de um lanchinho na minha casa, deixei-o no metrô. Ele vivia reclamando que enjoava do tempero da comida do hotel e por esse motivo era comum vê-lo no jantar do Cambuquira hotel ou do Elite, que dava atenção para um cardápio bem mais dietético.
Moupyr tambem era muito amigo do Sr. Marino que possuia uma loja de compotas, queijos e lembranças da cidade.
Acabo de me lembrar novamente do garçom Dionísio, morava no bairro de Lavras e como disse,sua menina ajudou a cuidar do meu filho, prestando serviço de babá enquanto aí estava e depois ela queria vir conosco para S. Paulo mas, minha mulher e eu não quisemos assumir essa responsabilidade. Quanto ao médico cardiologista, o Dr. Murilo, lembro-me que ele criticava as cirurgias cardiacas (muito em moda), segundo ele muitos casos seriam solucionados com medicamentos e dieta adequada e que esse procedimento cirurgico invasivo, deveria ser revisto.
Quanto ao Geraldão, quando fui a cidade em 1995, ele já havia falecido (se não me engano). Certo entretanto, eram algumas de suas especialidades culinárias e aqui vão: O famoso filé, com fritas, a cavalo, com legumes etc, o Espetinho `a crioula, carne bovina com pedacinhos de tomates e cebolas (inesquecível), o Filé de tilápia à cubana, trata-se do peixe tilápia com acompanhamento de banana frita (uma gostosura sempre servido à noite porque era depois do almoço que alguns moleques dos arredores, traziam as tilápias por eles pescadas. Frango das mais diversas maneiras sempre a noite e ainda a canja de galinha.
No café da manhã, além dos queijos (minas e prato fatiado naquela máquina já mencionada) os ovos quentes servidos naquele potinho específico e os doces destacando-se o de leite que era feito lá no fundo do quintal, onde se fazia o pudim de claras.
Tinha também um alambique que eu sempre trazia alguns garrafões para presentear amigos.

Walter Clementino Nunes - São Paulo.


Nesta Segunda-feira passada, ele acrescenta:



Lembrei hoje pela manhã, de um personagem muito importante ligado ao Parque das Águas da cidade.
Trata-se de um fotógrafo que ajudava a eternizar os nossos momentos. Eu mesmo tenho diversas fotos com a minha familia executadas por ele.
Seu nome era Coly ou Colie. Era alto e magro. Fumava cigarros Minister e carregava o maço no ombro abaixo da camiseta. (como se fosse ombreira)
Era exigente pacas e era comum ele mandar os pretendentes a foto que voltassem no dia seguinte com caras mais alegres. Ele não tinha pressa de fazer as tomadas, tudo devia estar como ele gostava e porisso mesmo seu trabalho era muito bem feito. Depois de devidamente pagas as fotos eram enviadas pelo correio uma vez que na epoca não se tinha as facilidades de hoje.
Fotografava em cores mas gostava mais do branco e preto. O seu "studio" era um espaço aproveitado pelo aclive da rua. Uma especie de gruta. (1982, 1984)
A frente, ficavam os cavalos e as charretes de aluguel.
Quando aí estive pela primeira vez, em janeiro de 1975 fomos minha mulher e eu, passear com uma charrete cuja égua se chamava baiana. Quando voltei a segunda vez, me disse o proprietário que ela havia morrido.
Dentro do Parque, a direita de quem entra, havia um viveiro com um tucano de bico amarelo. Tenho foto do meu filho ao lado dele. (1978)
Por enquanto é só mas á medida que a memória vai me ajudando, envio mais